sábado, 5 de abril de 2008

Licença poética.

Charge de Chico Caruso na capa do Globo de ontem.


Com um índice de aprovação nas alturas (72%), o mais alto desde 2003, Lula vem se dando o direito de falar qualquer coisa. A impressa tem criticado o presidente pela sua atitude passiva em relação ao escândalo dos cartões corporativos e seu ceticismo quanto à aparição e a elaboração de um dossiê que levanta os gastos, com estes mesmos cartões, do ex-presidente.

Lula disse, e saiu no Globo de ante-ontem: “A impressão que eu tenho é que alguém encontrou um osso de galinha e tentou vender para a impressa uma ossada de dinossauro”. Com essa afirmação, ele visa diminuir a importância de que alguém dentro do governo montou um dossiê que detalha gastos sigilosos da família de Fernando Henrique Cardoso. Os dados deste dossiê estariam supostamente sendo usados para intimidar a oposição na CPI dos cartões corporativos. Num primeiro momento, o governo negou a existência de tal dossiê, revelado pela revista VEJA, porém dias depois admitiu que este existia, mas fazia apenas parte de um banco de dados. E as versões continuaram mudando diante da pressão da mídia que considerava a história “muito mal contada”.

Segundo a reportagem publicada na Folha de São Paulo, a ordem para a organização do dossiê foi dada pela secretaria-executiva da casa civil, Erenice Alves Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff. E a coisa se complica. A ministra vem sendo muitíssima elogiada pelo presidente em suas andanças no Brasil, promovendo o programa de aceleração de crescimento (PAC). O envolvimento de sua secretaria-executiva na elaboração do dossiê atrai suspeitas para o seu lado. Dilma foi convocada a depor na CPI dos cartões, mas está sendo super protegida pelo presidente que, segundo muitos, estaria defendendo sua possível sucessora nas eleições de 2010.


Por isso os ossos de galinha e não a ossada de dinossauro...

Entenda a crise dos cartões corporativos:

G1, Folha Online

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